terça-feira, 20 de março de 2012


Sem Rumo


Depois de uma experiência de 3 dias, certas coisas se tornam bem mais claras. É como se uma luz se acendesse numa sala escura, revelando coisas que você já deveria saber que estão lá, mais algumas coisas novas que, de fato, você não teria como imaginar que existiriam. Por isso é importante se jogar sem reservas em certos momentos da vida. Mesmo que você julgue passar por momentos ou situações previsíveis, há sempre algo novo para acrescentar às páginas do seu livro. Mesmo que talvez sejam episódios que você deva escrever com tinta vermelha, mesmo que dê vontade de passar um corretivo depois, mas nada acontece por acaso, cada experiência vivenciada irá exercer um papel fundamental em suas escolhas lá na frente. Por isso arrisque, lance-se, busque, saia, VIVA! Onde existe vida, nenhum lugar é tão claro que nunca tenha experimentado a escuridão, nem há breu que nunca tenha contido um raio de luz, nem que fosse só por instantes. Talvez por isso a imperfeição seja tão fantástica, tão instigável, tão provocativa: sempre faltará algo, algo que precisa ser buscado a cada dia, a cada minuto. Talvez não fôssemos amados tanto se fôssemos perfeitos. Não seríamos tão apaixonantes, tão surpreendentes, tão ESPECIAIS! Se nossas diferenças se limitassem a um número de série, ai da vida!!! Esta seria vazia de graça e de sentidos. Por isso assim somos, por isso a necessidade de nos conhecermos, assim fica mais fácil de conhecer o outro. Parece ser cruel dizer isso, mas quem não se conhece chega a ser desrespeitoso consigo mesmo e, quando isso parte pra fora, não é diferente.
Em apenas três dias foi possível compreender o valor de uma partida. Uma tomada de rumo para águas estranhas, desconhecidas, deixando para trás águas límpidas que, ao contrário do curso de um rio, não passavam, estavam sempre ali, inertes a lhe aquecerem. Agora águas frias virão, águas geladas, mas que a esperança encomenda que se tornem confortáveis e agradáveis, tal qual as primeiras.
“Eu aprendi com a dor, nada mais é o amor que o encontro das águas.” (Jorge Aragão)

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