sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021


Entendendo o processo...

 Estou vivendo um momento ímpar na minha existência. Hoje posso dizer que estou me redescobrindo como pessoa. Acredito que nenhum desafio na vida é gratuito e sem propósito. Sempre traz consigo um aprendizado, e com ele, um sentido (como aprendi hoje). Com certeza é quase impossível perceber isso no meio do furação, mas quando os ventos fortes cessam, sobra a brisa e, junto com ela, esse discernimento. Toda situação de vulnerabilidade pode ser seguida pelo aumento na capacidade de superação, assim como uma ferida, que como o devido tempo, dá lugar a uma cicatriz, um tecido fibroso, bem mais denso que o normal, mais resistente, ainda que deixe uma marca, uma lembrança. 

Há um certo tempo tenho percebido que, dentre tantas situações tocantes, o que mais me emociona não é o sofrimento, mas a força de quem consegue se manter de pé, mesmo diante dele. Por esse motivo, tenho erroneamente cobrado essa força de mim mesma, achei que podia carregar esse peso sem maiores danos, para poupar outras pessoas. Contudo, a conta chegou. O corpo e, principalmente, a mente me alertou que não é bem assim que as coisas devem funcionar. Não “temos” que ser fortes! Momentos difíceis acontecerão e as circunstâncias, por si só, nos capacitarão à construir, pouco a pouco, nossa fortaleza. Mas também haverão momentos em que essa força não aparecerá, E TUDO BEM! Somos seres humanos, cheios de limitações, questões emocionais bem particulares que devem ser respeitadas POR NÓS MESMXS, da mesma forma que nossas virtudes e capacidades. É preciso respeitar o NOSSO TEMPO. Quando paramos de ir contra quem somos, a jornada se torna mais leve, mais realizadora e, consequentemente, mais prazerosa. Isso irradia e inspira as pessoas ao nosso redor. 

Vinícius de Moraes diz que melhor do que ser feliz é viver. A felicidade é cobiçada universalmente e entendida como o objetivo da vida das pessoas. Essa ideia é simples de compreender, mas um tanto abstrata, porque se pensar bem, a felicidade não é permanente, uma vez que toda existência humana é tecida de retalhos: alegrias, tristezas, satisfação, chateações, vitórias, derrotas, e por aí vai. Talvez por esse motivo tenho atribuído mais valor à capacidade de simplesmente VIVER esse presente que é A VIDA. Aproveitar tudo que ela pode nos oferecer, experimentar cada sabor, mas também os dissabores que vierem. Mergulhar muitas vezes no desconhecido, mas também deileitar-se no conforto da comodidade. Agir, reagir e calar. Entender que somos seres complexos e, por isso, é tão necessário o autoconhecimento, já que a maioria dos nossos demônios, nós os cultivamos. Sim, a responsabilidade é nossa! Como também a responsabilidade de mudar o quadro sempre que for necessário. Nos tornarmos cada vez mais conscientes em relação a isso nos permitirá tomar as rédeas da nossa vida e assumir o protagonismo desse show que é viver.


"Fiz mais do que posso

Vi mais do que aguento

E a areia nos meus olhos

É a mesma que acolheu minhas pegadas


Eu lutei contra tudo

Eu fugi do que era seguro

Descobri que é possível viver só

Mas num mundo sem verdade


Depois de tanto caminhar

Depois de quase desistir

Os mesmos pés cansados voltam pra você


Meus pés cansados de lutar

Meus pés cansados de fugir

Os mesmos pés cansados voltam pra você"


(Pés cansados - Sandy Leah)





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